Friday, October 26, 2012

Lembrar de me esquecer


Sistematicamente esqueço-me de mim. Dias há em que invento, transformo, corro, ando para trás, para o lado, em frente... Porém, a dádiva pontual dos dias preguiçosos permite-me optar pelo contrário e ficar comigo, só comigo. Apesar de difícil de aturar, não o escondo, é um mal necessário! Que remédio tenho eu!? Neste momento em que comigo estou, a parvoíce escorreita destas palavras justifica o que descrevi. Invariavelmente, quer esteja comigo ou a deambular na procura de algo, perco-me no nada e esqueço-me de mim. É que nem quando comigo estou, de mim me lembro! É obra! E quando me lembro já é tarde. E é sempre tarde por culpa do tempo que nunca tarda em passar. Entretanto, os ponteiros do relógio, esses ditadores de aparência inofensiva, fazem-me lembrar de mim. Ele há textos por ler, variáveis por combinar, regressões e... Ufff! O fim-de-semana tá aí e eu p'aqui a bolir! Apetece-me esquecer que tenho de me lembrar. Talvez a melhor forma de me lembrar seja esquecer.

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