Monday, June 21, 2010

Vuvuzelas por pardelas

Enquanto escrevo estas palavras deleito-me com a paisagem da Berlenga na certeza de que, se o tempo também ajudar, amanhã serei de novo privilegiado.:-) Contemplo o pôr-do-sol que irradia as traseiras deste idílico pedaço de terra cultivado no Atlântico. Neste preciso momento somos abraçados pela energia deste fim de tarde. Eu e as inúmeras gaivotas à minha volta que dão azo ao vasto manto branco desta parte da ilha. Intruso no seu território, solto uns quantos acordes na viola que trago comigo como forma de agradecimento pelo momento que por ora desfruto. Não obstante a ousadia e o desafino inerente, elas parecem gostar.

Estou de regresso ao meu palácio (montado sem estacas pois desconfio que estas eram comunistas e devem ter ficado o ano passado na Festa do Avante) e congratulo-me com o facto de começar a ouvir pardelas em vez de vuvuzelas (ou vuzuzelas como refere a destempo o Ministro dos Assuntos Parlamentares, Dr. Jorge Lacão ). Dou-me conta, uma vez mais, de que esta ilha é uma tangente ao mundo real e de que aqui o ar tem outra densidade. Aqui respiro! É que a proximidade física/geográfica face ao continente termina com a distância intemporal que nos separa do mesmo pois aqui o relógio divorcia-se do tempo e nós do relógio.

Segunda-feira recomeço a contagem do tempo, esse factor com o qual recorrentemente me confronto sem resultados minimamente positivos. Ah, e, inevitavelmente, vou voltar a ouvir vuvuzelas...

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"Pelas tuas mãos medi o mundo  E na balança pura dos teus ombros  Pesei o ouro do Sol e a palidez da Lua." Tu, sempre tu, minha pr...