Monday, September 17, 2012

Tenho os pés colados!

Se não sonhar voar nem sequer conseguirei saltar! A cadência deste pensamento, cada vez mais ininterrupta na minha mente, suscita-me alguma desconfiança. É que me deparo com barreiras intransponíveis que me tolhem os movimentos e me colam ao chão. Caramba, já nem saltar consigo! A força de não querer ganha força, a cabeça ressente-se e a motivação esvai-se num espaço em que a equidade é uma palavra vã. Perdura a injustiça no espaço dos que se dizem justos e, segundo temo, cuja justiça se encarregará de ilibar. Exceção feita a tudo, nada passa incólume. Uns crescem e outros há que minguam. Outros ainda, no sentido dos anteriores mas por influências de seres alienígenas, são empurrados para cima ou puxados para debaixo do chão. Sim, porque ainda há espaço abaixo do que pensamos ser o limite inferior. Se o chão já eu conheço – fui pisado várias vezes nos últimos tempos -, resta-me perceber o que se passa por baixo dele. Sem ponta de ironia, anseio por esse momento! Não porque espere encontrar um trampolim no alçapão da felicidade mas porque acredito que será uma passagem para uma realidade melhor. Já que a trajetória é descendente e que, por ora, estou ao nível da calçada, espero descer ao limite para poder mergulhar num espaço efémero que me conduzirá aos píncaros de uma outra realidade. E parto do céu novamente. E ambiciono não chegar ao chão outra vez. E… continuo a sonhar! É bom pensar que irei saltar outra vez! Estou em crer que as barreiras, agora cirurgicamente colocadas, deixarão de existir no futuro, pelo menos as que emergem num piso repleto de cola patex!

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"Pelas tuas mãos medi o mundo  E na balança pura dos teus ombros  Pesei o ouro do Sol e a palidez da Lua." Tu, sempre tu, minha pr...