Volvido
praticamente um mês, face à gravidade da alegada descarga de 3 toneladas de nafta - com a 'finesse' de lhe chamarem hidrocarbonetos -, muito pouco foi feito pela empresa Plastimar e pelas entidades competentes nacionais (Agência
Portuguesa do Ambiente) ou locais (Câmara Municipal de Peniche e pelo Capitão
do Porto de Peniche). Acresce a isto, dizer que continua a propagação de nafta
(será mesmo nafta?) pelas praias de Peniche porque o epicentro da descarga
continua imundo e, contrariamente ao que vem sendo afirmado pelas entidades
locais competentes, a área não está circunscrita. Aliás, o tubo da descarga de
nafta hoje estava a tirar um líquido meio transparente – porventura, tratar-se-á
de água mineral natural por isso comecem a trazer garrafões para enchimento,
qual praia da Almagreira! É ainda de sublinhar que, além da ISO 9001, a empresa
Plastimar é certificada com a ISO 14 001 (Sistema de Gestão Ambiental) o que
não deixa de ser surreal em face do nefasto impacto ambiental que continua a
proliferar pelas praias de Peniche, com a conivência das já citadas autoridades
nacionais e locais. Andei pelo terreno e, conforme atestam as fotografias, cerca de uma dúzia de sacos pretos que continham pedras com nafta ainda se encontravam
na praia – certamente à espera que uma ondulação maior à preia-mar os leve! – e
outra dúzia concentrados acima da arriba. No entanto, segundo declarações
oficiais de diversas entidades, “estão a ser feitos os possíveis”. A minha
pergunta é simples: e se nada fizessem, não seria praticamente igual? Ainda
hoje, em conversa com um surfista local de quem sou amigo, me foi dito que já
há pedaços de nafta no Baleal e até no Secret.
PS1: Fotos da praia do Abalo, da MN e da areia da Papôa (01/08/2017).
PS2: Fotos dedicadas aos magníficos fotógrafos de Peniche que mostram as nossas maravilhas de lente grande em riste, mas que, perante um atentado ambiental desta magnitude, continuam com o dedo sobre a lente como se nada fosse...