Saturday, November 06, 2010

Manuel Alegre é carne, peixe, tofu ou coisa nenhuma?

Confesso que nutria pela pessoa em causa uma simpatia especial devido ao simbolismo histórico que a sua figura encerra na Esquerda em Portugal. Visto como um elemento dissonante da política vigente na 1ª Legislatura de Sócrates, Alegre, numa luta desigual com Cavaco e Soares, avançou sem aparelho partidário algum e conseguiu a proeza de atingir perto de 1 milhão de votos! Após o acto eleitoral, o facto de continuar militante de base no PS, de não avançar para a criação de um novo partido e da crítica continuada às políticas do PS, suscitou a esperança da convergência das forças de Esquerda em torno da figura de Alegre. Como tal, o “Encontro da Trindade” serviu de mote à presença de socialistas, bloquistas e renovadores comunistas. O tom foi de acérrima crítica às políticas do PS de Sócrates porquanto que Alegre, com a sua presença no “encontro”, confirmou o espectro de timoneiro de uma verdadeira linha de esquerda que emergia no país. Não sou sportinguista mas, verdade seja dita, tinha esperança na corrente que se criou! Puro engano!! O que se seguiu?

1º facto: Alegre ao lado de Sócrates na campanha para as legislativas!

2º facto: Anúncio de Alegre como candidato presidencial

2º facto e meio (antes de ser já o era!): Bloco de Esquerda apoia a candidatura presidencial de Alegre

3º facto: PS apoia a candidatura presidencial de Alegre!

Alegre, outrora crítico das políticas seguidas pelo seu partido, mudou radicalmente de posição e apoiou a linha política do PS. Mas que raio!? Muda de posição ao sabor do vento? Dizem que o fez pela pretensa promessa, de resto agora confirmada, do apoio do PS à sua candidatura a Belém. Mas será isto eticamente legítimo? Na política já não existem valores, ideologias, doutrina? Alegre caíu em descrédito e manchou o seu passado político. Pura e simplesmente, não olhou a meios para atingir os fins!

E agora, com o apoio de BE e PS como se posicionará Alegre? Estará contra a greve geral de 24 de Novembro?

Enquanto dirigente do PS, está contra!
Enquanto crítico do PS e candidato apoiado pelo BE, está a favor!
Enquanto candidato presidencial supra-partidário, que segue ao sabor do vento, não está contra nem a favor! Enquanto oportunista da cena política nacional que demonstrou ser, devia retirar-se de vez!

Carne, peixe, tofu ou coisa nenhuma?

Monday, June 21, 2010

Vuvuzelas por pardelas

Enquanto escrevo estas palavras deleito-me com a paisagem da Berlenga na certeza de que, se o tempo também ajudar, amanhã serei de novo privilegiado.:-) Contemplo o pôr-do-sol que irradia as traseiras deste idílico pedaço de terra cultivado no Atlântico. Neste preciso momento somos abraçados pela energia deste fim de tarde. Eu e as inúmeras gaivotas à minha volta que dão azo ao vasto manto branco desta parte da ilha. Intruso no seu território, solto uns quantos acordes na viola que trago comigo como forma de agradecimento pelo momento que por ora desfruto. Não obstante a ousadia e o desafino inerente, elas parecem gostar.

Estou de regresso ao meu palácio (montado sem estacas pois desconfio que estas eram comunistas e devem ter ficado o ano passado na Festa do Avante) e congratulo-me com o facto de começar a ouvir pardelas em vez de vuvuzelas (ou vuzuzelas como refere a destempo o Ministro dos Assuntos Parlamentares, Dr. Jorge Lacão ). Dou-me conta, uma vez mais, de que esta ilha é uma tangente ao mundo real e de que aqui o ar tem outra densidade. Aqui respiro! É que a proximidade física/geográfica face ao continente termina com a distância intemporal que nos separa do mesmo pois aqui o relógio divorcia-se do tempo e nós do relógio.

Segunda-feira recomeço a contagem do tempo, esse factor com o qual recorrentemente me confronto sem resultados minimamente positivos. Ah, e, inevitavelmente, vou voltar a ouvir vuvuzelas...

Sunday, May 30, 2010

Dois itinerários complementares que desaguam numa estrada comum.

Conforme deixei cair no post anterior, encontrei um novo escritório! Um escritório de praia pronto a estrear! :-) Sem angariadores imobiliários, bancos, escrituras e procedimentos afins! É um pouco diferente dos escritórios convencionais. Não é de cimento, o seu espaço não está confinado a 4 paredes nem tão pouco sujeito à claustrofobia dos metros quadrados!

O meu novo escritório de praia tem vista para o mundo, prima pela ausência de vento, transmite uma paz inigualável (apenas quebrada circunstancialmente por outros seres que não os humanos) e reflecte uma aura indelével que contribui para reflexão e redacção dos trabalhos a que me propus desenvolver.

Acresce a isto o facto de que, com o actual aumento da carga fiscal, permite poupar nos impostos, designadamente no IVA, pois o referido escritório não necessita de ar condicionado e electricidade!

Dir-se-á que uma imagem vale mais que mil palavras, facto que indiciaria a colocação neste post de uma imagem do meu novo escritório. Contudo, julgo que uma imagem pode ser bem mais enganadora do que as palavras! Não concordam? Assim, contrariamente à esmagadora maioria dos posts deste blog, fico-me pela mera construção frásica e dispenso os obsoletos serviços de ilustração de Cabacinhas!

Acresce dizer que não belisco minimamente a importância do meu escritório convencional - apelidado de gabinete - mas que, em função do trabalho académico a desenvolver, impõe-se uma complementaridade crítica que é preenchida através da envolvente do meu novo escritório! Se o primeiro propicia toda a sistematização e operacionalidade do trabalho propriamente dito, o segundo permite descodificar as ideias principais da documentação lida e podar os diferentes caminhos em razão da minha estrada de investigação.

"É imenso o prazer que se sente ao fazer uma investigação e qualquer pessoa que tenha a possibilidade de levar a cabo um trabalho deste tipo é, de facto, privilegiada" Phillips e Pugh (1998: 13) in Como Preparar um Mestrado ou Doutoramento. Um manual prático para estudantes e seus orientadores. Mem Martins, Lyon Edições

Sunday, May 16, 2010

Afinal, quem é Cabacinhas?


Com 1000 consultas ao blog Pexe pó "Buano", é tempo de Cabacinhas desvendar um pouco da sua identidade para que, os que pouco ou nada sabem sobre este mártir da sociedade contemporânea, tenham a mínima noção da sua figura.

Pessoa de fácil trato e relacionamento, Cabacinhas é uma pessoa afável e tem um carinho especial pelas pessoas que o rodeiam pelo que, depois de se dar a conhecer, tenta preservar as ligações criadas. Poder-se-á até dizer que se trata de um ser dócil não obstante, numa alusão ao sentido canino do termo, farejar demasiadas vezes por onde não deve, o que leva o dito animal a ferir outras pessoas e a ferir-se algumas vezes. Pese embora este lado positivo – sim, este é o lado positivo! – Cabacinhas, a quem um dia (decerto por engano pois não é louro nem tão pouco anjo!) apelidaram de “anjo de caracol dourado”, tem um lado hummm... digamos que menos bom! É teimoso, por vezes impetuoso e outras tantas vezes mal interpretado por dizer aquilo que realmente pensa num discurso directo e que outros classificam de agressivo, nem que seja só por mera associação ao signo ao qual pertence! Cabacinhas vive permanentemente numa desorganização, organizada de forma peculiar, que o leva a estar sempre à procura de algo e a achar inúmeras coisas ao longo do dia – eureka! Opinativo e interventivo, tem maior propensão para falar do que para escutar os outros, no entanto, sabe ouvir, particularmente quando está perante situações delicadas.

Cabacinhas desempenhou várias actividades ao longo da vida entre as quais a de: serial killer, consultor de gestão, basquetebolista, gangster (conforme comprova a foto disponibilizada!), bancário, associado do SLB, bombeiro, contabilista, futebolista, agente da máfia, polícia, vigilante da Reserva Natural da Berlenga sob “pseudónimo” de José Carlos Pedro, pescador e caçador de pirilampos. De referir que Cabacinhas pode a qualquer momento retomar qualquer uma das actividades enunciadas. Gosta de economia, de gestão e também de comer crepes como se não houvesse amanhã!

Actualmente dizem que é professor na ESTM do I.P.Leiria mas considera-se um eterno estudante até porque, conforme costuma dizer – “quem deixar de aprender deve deixar de ensinar!”. Cabacinhas gosta de sol, praia e de fazer surf até lhe doerem os braços de tanto remar. Gosta de sair à noite com os amigos. No Verão, sempre que pode, gosta de fazer das praias recônditas (condição obrigatória para uma melhor produtividade) o seu escritório particular pois o trabalho flui melhor do que quando colocado entre 4 paredes. É um habitat que considera propício à leitura de artigos e à redacção de esboços que, posteriormente, no seu velhote computador, transformará em texto com carácter definitivo. Uma última nota para o benfiquismo moderado de Cabacinhas que, não sendo um fervoroso adepto do SLB, de quando em vez vibra com algumas das vitórias do emblema benfiquista.


Caso desejem, podem sempre opinar sobre algumas das características pessoais de Cabacinhas aqui evidenciadas ou acrescentar outras tantas que julguem adequadas à personagem.


Fica o sincero obrigado de Cabacinhas a todos os internautas pela leitura das postas de pescada aqui colocadas! Parabéns aos internautas pela sua capacidade de sofrimento "literário"! Bem hajam...

Tuesday, May 11, 2010

Europa - Que futuro?


O paradigma do estado social europeu aliado à corrente da liberalização económica entrou em ruptura desde hà muito. Como diria Saramago, ruptura não será o termo correcto pois não é possível romper algo dissociado desde a sua génese, ou seja, nunca terá havido uma ligação efectiva! A unidade da europa enquanto bloco económico-monetário está, hoje mais do que nunca, em causa e urge uma reformulação dos seus propósitos supranacionais. Neste domínio, assume particular importância a centralidade de algumas políticas como o reforço do orçamento europeu e da sua função redistributiva, a aposta numa política monetária promotora de crescimento e o fomento da harmonização fiscal como garante da equidade orçamental entre estados membros (principalmente ao nível da tributação directa). É tempo de repensar o trilho a seguir sabendo que, senão conseguimos aprender com os erros dos outros, ao menos aprendamos com os nossos próprios erros ou seremos um bloco cuja hegemonia estará certamente com os dias contados.

E trabalhamos pouco?

Nº médio de horas de trabalho anual por trabalhador:
Fonte: OCDE (2008)

Sunday, April 25, 2010

Em Abril ou noutro mês qualquer


Será que o propósito estrutural de Abril foi seguido? Na actualidade, como dizia Zeca Afonso, será "o povo quem mais ordena"? Será o povo soberano? Estarão os políticos a servir ou a servir-se da política e do país?Será a nossa democracia idónea e saudável? Terá o povo liberdade para decidir? Usufruimos hoje dos direitos de Abril?

A efeméride serve de pretexto para terminar o coma de que, recorrentemente, este blog padece. Interrogo-me múltiplas vezes sobre a necessidade de uma outra manifestação cívica - que não necessáriamente uma revolução!-, que sirva de base para um novo rumo a trilhar pelo país. E pode ocorrer em Abril ou noutro qualquer mês desde que surjam consequências estruturais positivas na condução do país real. Como tal, decidi libertar um post que redigi há 2 anos (Janeiro de 2008) intitulado "Medo - Governo de Esquerda? Serei canhoto?" e que pretende descrever a liberdade ilusória do nosso quotidiano para a qual a falsa governação de esquerda muito tem contribuído.


"Medo - Governo de Esquerda? Serei canhoto?"
Escrevo porque tento não pensar sobre o tempo que hoje perdi ao ouvir as sábias palavras do nosso primeiro...O clima instalado hoje no nosso país é de medo - qual Al-Qaeda -, e porquê medo? Grave, grave é termos medo de nós próprios numa terra tão pequena quanto esta e esse facto, por si só, ser representativo da nossa pequenez.

O medo interno, o medo de existir como somos e como nos queremos afirmar, o medo de nos expressarmos, o medo de emitirmos uma opinião mais arrojada, o medo de dizermos o que realmente sentimos.Vivemos sob amarras que nos limitam não só a nós próprios como por inerência o desenvolvimento sustentado de um país.

Empreendedorismo, Competitividade, Responsabilidade social, Inovação. Palavras de vanguarda, palavras da moda direis vós... Tretas, balelas e mais balelas digo-vos eu! Enquanto houver medo de represálias ou por mero delito de opinião ou por diferenças de ser e de estar, as limitações são mais do que muitas e continuaremos a viver na mediocridade.

Soltemos amarras e deixemos fluir ao vento o que melhor há de todos nós. Enquanto as amarras persistirem e a bufaria por aí pairar, continuaremos no mesmo: "Epá é melhor deixar andar, senão..." "Não adianta nada e ainda me sujeito a....", "É melhor tar no meu canto.." - e assim caminha Portugal.Nem vale a pena aludir aos diversos casos que vieram a lume nestes últimos meses para observarmos que cada vez mais esse medo existe e a ampliação do mesmo afigura-se como objectivo mor do actual governo para, a seu bel prazer, fazer o que bem (não) pode e entende.

Escusando-me falar dos restantes casos, com especial enfoque nos que respeitam à Sra Directora da DREN, um há que me merece especial atenção - o novo estatuto dos jornalistas. Além de ser considerado por muitos um autêntico atropelo aos valores consagrados pelo 25 de Abril, o novo estatuto representa claramente a emergência de um Estado regulador em matéria vital onde a auto-regulação deveria continuar a prevalecer sob pena de, infelizmente, num futuro breve, a censura figurar de novo entre nós.

Tempo apenas para uma reflexão sobre o nosso primeiro (ou será dos últimos?). Nos mais diversos domínios Portugal não está bem mas o Sr José Sócrates, ou porque os índices de confiança são importantes para o desenvolvimento económico futuro ou por mero aproveitamento político-partidário, insiste em vender-nos a "banha da cobra" e em mentir-nos todos os dias através da sua hábil forma de falar. Apetece dizer: "Ó Zé mas estás a falar de Portugal ou da Alemanha?". E como a crítica não se faz apenas de aspectos negativos, tenho de parabenizar o nosso primeiro pela sua capacidade ao nível da propaganda e do marketing político-partidário. A propósito qual é a sua formação? Engenheiro? OOOOOps... é melhor parar por aqui, ainda sou demitido!


2 artigos interessantes em:http://www.ces.uc.pt/opiniao/ee/025.php

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1300444

Tuesday, April 06, 2010

Na tangente do sol...

Num fim-de-semana completamente diferente, o contexto em que me inseria era propício a apanhar sol e à leitura de qualquer coisa, que não a dica da semana (Do Lidl)! Apressei-me em comprar um jornal com algum conteúdo que sustentasse a minha estada! "Para variar", não obstante ler sempre alguma coisa do seu interior, deixei-me persuadir pela 1ª página de um dos económicos expostos. Se o tratamento dos temas de natureza económica ficou aquém do esperado, as colunas genéricas de opinião surpreenderam-me pela positiva. Miguel Esteves Cardoso deu o mote ao "descobrir" a fórmula para melhorar a qualidade de vida no imediato. Diz ele que, "basta deixar de pensar no que falta e na falta que faz e dar valor ao que já se tem".

Antagónico ao post anterior que redigi (The time is now)? Não creio! Julgo que reflexões complementares! Isto porque, o facto de aceitar onde estamos, permite-nos canalizar energias para onde queremos de facto ir e optimizar o tempo disponível em função do nosso objectivo - já dizia Séneca "Não há ventos favoráveis para quem não sabe para onde vai"! No fundo, aceitar onde estamos "é como guardar um bom livro para ler numa qualquer sala de espera", afinal The time is now!

Wednesday, March 31, 2010

The time is now!



No mar de equações da vida reside uma variável fundamental com a qual, confesso, nunca soube lidar de forma assertiva. Ela representa a chave de muitas decisões e, a sua gestão, constitui o fio condutor da vida que levamos. Falo-vos do tempo! Sim, do tempo! O tempo e a sua gestão têm implicações não só a nível profissional como a nível pessoal. Depende da utilização que dele façamos sob pena de subaproveitarmos o suco desta nossa passagem! Cada dia que passa é uma gota que enche o cântaro da nossa ambição e nos preenche sob vários pontos de vista. Fruto do nosso desperdício diário, pena é que algumas gotas se evaporem ainda antes de entrarem no nosso cântaro. Pessoalmente, neste particular, estou vestido de inúmeras ineficiências pois ando sempre atrás do tempo numa luta desigual que insisto em tentar vencer. Indecisões, decisões tomadas fora de timing ou mera preguiçite aguda (de que padeço não bastas vezes!) ajudam a construir um vazio que nos preenche pelas piores razões limitando a nossa próxima acção. Está na altura de mudar a noção de que o tempo é um estado efémero cujo futuro não augura nada de bom e começar a (pre)encher o meu cântaro para que a opacidade da vida dê lugar ao colorido da ambição futura. Resta-me começar a revestir o meu dia-a-dia de algo palpável e em razão da minha ambição pessoal! Se não o fazem, sugeria que o fizessem também! Caso já o façam, óptimo mas melhorem o vosso processo! ;-)

Monday, February 22, 2010

É essencial ter uma amante!

Vi no facebook uma publicação de uma amiga relativa a um excerto de um autor argentino. Li e gostei por isso cá vai:

Muitas pessoas têm um/a amante, e outras gostariam de ter um. Há também as que não têm, e as que tinham e perderam. Geralmente são estas últimas que vêem ao meu consultório para me contar que estão tristes ou que apresentam sintomas típicos de insónia, apatia, pessimismo, crises de choro, ou as mais diversas dores.

Elas contam-me que as suas vidas correm de forma monótona e sem perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver e que não sabem como ocupar o tempo livre. Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão simplesmente a perder a esperança. Antes de me contarem tudo isto, já tinham estado noutros consultórios, onde receberam as condolências de um diagnóstico firme: "Depressão"... além da inevitável receita do anti-depressivo do momento. Assim, depois de as ouvir atentamente, eu digo-lhes que elas não precisam de nenhum anti-depressivo. Digo-lhes que o que elas precisam é de um Amante!

É impressionante ver a expressão dos olhos delas ao receberem o meu conselho. Há as que pensam: "Como é possível que um profissional se atreva a sugerir uma coisa destas?!".

Há também as que, chocadas e escandalizadas, despedem-se e não voltam nunca mais. Às que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu explico-lhes o seguinte: Amante é "aquilo que nos apaixona". É o que toma conta do nosso pensamento antes de adormecermos, e é também aquilo que, às vezes, nos impede de dormir. O nosso Amante é o que nos mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta. É o que nos mostra o sentido e a motivação da vida.

Às vezes encontramos o nosso amante no nosso parceiro, outras vezes, em alguém que não é nosso parceiro, mas que nos desperta as maiores paixões e sensações incríveis. Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na música, na política, no desporto, no trabalho, na necessidade de nos transcendermos espiritualmente, numa boa refeição, no estudo, ou no prazer obsessivo do nosso passatempo preferido...

Enfim, Amante é "alguém" ou "algo" que nos faz "namorar" a vida e nos afasta do triste destino de "ir vivendo". E o que é "ir vivendo"?

"Ir vivendo" é ter medo de viver. É vigiar a forma como os outros vivem, é o deixarmo-nos dominar pela pressão, andar por consultórios médicos, tomar remédios multicoloridos, afastarmo-nos do que é gratificante, observar decepcionados cada ruga nova que o espelho nos mostra, é aborrecermo-nos com o calor ou com o frio, com a humidade, com o sol ou com a chuva. "Ir vivendo" é adiar a possibilidade de viver o hoje, fingindo contentarmo-nos com a incerta e frágil ilusão de que talvez possamos realizar algo amanhã.
Por favor, não se contentem com "ir vivendo". Procurem um amante, sejam também um amante e um protagonista da vossa vida...
Acreditem que o trágico não é morrer, porque afinal a morte tem boa memória e nunca se esqueceu de ninguém. O trágico é desistir de viver, por isso, e sem mais delongas, procurem um amante.
A psicologia, após estudar muito sobre o tema, descobriu algo transcendental:

"Para se estar satisfeito, activo, e sentirem-se jovens e felizes, é preciso namorar a vida".

Traduzido do original "Hay que buscarse un amante"
de autoria de Jorge Bucay
(psicólogo, psiquiatra e psicoterapeuta argentino)

Wednesday, February 03, 2010

Bancos

Sabemos o que são os bancos hoje. E como eram antes?

Para quem não saiba, aqui vai um exemplo:



















E Jean Maillard no seu livro Arnaque tem razão: a criminalidade inscreve-se na dinâmica do capitalismo!

Sunday, January 31, 2010

Margarida Pinto - Coimbra















Um Showcase acústico muito fixe na Fnac de Coimbra de um valor da música nacional cujo trabalho apenas recentemente conheci. Muito haveria a dizer sobre o mesmo mas o delay que medeia a vivência do momento (23 de Janeiro) e as palavras que por ora escrevo leva a que me fique apenas por aqui. As ideias foram-se e a conjugação de palavras não seria certamente a melhor, ou seja, tou todo kemade!! Fica a sugestão do myspace e uma foto dela - gira, não? - retirada do mesmo: http://www.myspace.com/margaridapintto

Friday, January 15, 2010

Orçamento de estado para 2010

Em vésperas do ansiado momento da aprovação do orçamento de estado, o governo desmultiplica-se em contactos com as diversas bancadas parlamentares antevendo-se um entendimento à direita para passar o dito diploma. Ou seja, entendimento entre a direita, a de Sócrates e a dos outros! Já dizia Alegre, antevendo a eleição de Cavaco nas presidenciais, "não é isso que me tira o sono!" Enquanto cidadão desta paisagem que muitos insistem em tentar destruir, o que me aflige é o carácter míope do orçamento que aí vem! Como sabem o défice não se combate num ano e, na nossa casa, é um problema estrutural que vem perdurando. O orçamento de 2010 deveria ser "apenas uma peça do puzzle" de um plano para as contas públicas a longo prazo - algo que, infelizmente, não se faz em Portugal! Em regra, nós preocupamo-nos com o dia de hoje, amanhã, bem... amanhã logo se vê*! Acresce a esta falta de visão o facto de que a elaboração do orçamento português não segue algumas das mais elementares regras internacionais, designadamente o carácter plurianual que o mesmo deve ter para a despesa e a fixação de um tecto nominal neste âmbito (permitiria um controlo efectivo). Assim se vai acinzentando esta nossa paisagem! Ainda assim, do ponto de vista económico - apesar da seriedade do assunto não resisto à piada -, pode haver um factor positivo no ano que agora se inicia -a conquista do campeonato pelo Benfica!



* Enquanto não chegarmos à situação de endividamento da Grécia vamos caminhando... Se chegarmos, depois logo se vê!

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"Pelas tuas mãos medi o mundo  E na balança pura dos teus ombros  Pesei o ouro do Sol e a palidez da Lua." Tu, sempre tu, minha pr...