O paradigma do estado social europeu aliado à corrente da liberalização económica entrou em ruptura desde hà muito. Como diria Saramago, ruptura não será o termo correcto pois não é possível romper algo dissociado desde a sua génese, ou seja, nunca terá havido uma ligação efectiva! A unidade da europa enquanto bloco económico-monetário está, hoje mais do que nunca, em causa e urge uma reformulação dos seus propósitos supranacionais. Neste domínio, assume particular importância a centralidade de algumas políticas como o reforço do orçamento europeu e da sua função redistributiva, a aposta numa política monetária promotora de crescimento e o fomento da harmonização fiscal como garante da equidade orçamental entre estados membros (principalmente ao nível da tributação directa). É tempo de repensar o trilho a seguir sabendo que, senão conseguimos aprender com os erros dos outros, ao menos aprendamos com os nossos próprios erros ou seremos um bloco cuja hegemonia estará certamente com os dias contados.
Tuesday, May 11, 2010
Europa - Que futuro?
O paradigma do estado social europeu aliado à corrente da liberalização económica entrou em ruptura desde hà muito. Como diria Saramago, ruptura não será o termo correcto pois não é possível romper algo dissociado desde a sua génese, ou seja, nunca terá havido uma ligação efectiva! A unidade da europa enquanto bloco económico-monetário está, hoje mais do que nunca, em causa e urge uma reformulação dos seus propósitos supranacionais. Neste domínio, assume particular importância a centralidade de algumas políticas como o reforço do orçamento europeu e da sua função redistributiva, a aposta numa política monetária promotora de crescimento e o fomento da harmonização fiscal como garante da equidade orçamental entre estados membros (principalmente ao nível da tributação directa). É tempo de repensar o trilho a seguir sabendo que, senão conseguimos aprender com os erros dos outros, ao menos aprendamos com os nossos próprios erros ou seremos um bloco cuja hegemonia estará certamente com os dias contados.
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2 comments:
Quando um projecto desta dimensão é assumida e exclusivamente económico, está condenado à partida!
Uma política de mercado não permite conciliar-se com o conceito de União.
Na minha óptica, esta tentativa frustrada de federealismo apresenta-nos um paradoxo interessante.
Por um lado, o intuito desta União é de tornar uma zona mais próspera economicamente, contudo, o que se verifica é a ascenção dos mais poderosos e o declínio dos mais dependentes. Uma imagem um pouco feudalista, mas quanto a mim fiável da realidade que vivemos hoje na era da globalização.
Esta União nunca poderá ter sucesso enquanto forem supervalorizados valores económicos, nomeadamente a política de mercado liberal.
Talvez fosse tempo de pensar uma forma mais equalitária de gerir os recursos do nosso planeta, ao invés de sonharmos com a ilusão de que um dia seremos milionários.
Concordo plenamente Gils! Daí as sugestões que deixei terem impacto ao nível social com enfoque na equidade da política de redistribuição de rendimentos na União. Caso contrário, como escreves, as assimetrias suscitadas pelo neo-liberalismo serão cada vez maiores!
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