O Euromilhões real

2 horas da tarde, Shopping de Santarém, 3ª-feira, dia de sorteio do euromilhões.

Pós-degustação de uma sandes de fraqueza, ávido por um cigarro, procurei uma tabacaria/papelaria para comprar tabaco de enrolar. Encontrada a fonte do vício, dei de caras com uma fila maior que a própria papelaria/tabacaria. "Mas que raio, tanta gente!?", terei pensado. Percebi  depois que era dia de sorteio do euromilhões... A fila era grande e eu não tinha a infeliz companhia de um telemóvel daqueles que, para além das inúmeras aplicações que tem - qualquer dia até dão para aspirar e limpar o pó! -, também dão para telefonar. Privado dessa ferramenta de vital importância fisiológica, ocorreu-me pensar sobre toda aquela azáfama que presenciava na pequena tabacaria/papelaria. Por largos instantes, detive-me a tentar entender a preocupação e a dedicação à causa euromilhões - enquanto pensava naquilo, tentavam passar-me à frente. É uma boa causa, convenhamos! Mas... e será que não nos preocupamos em demasia em ser milionários ao invés de tentarmos deixar de ser pobres? O que a população parece ignorar é que a probabilidade de ser milionário é infinitamente menor que a probabilidade de deixar a pobreza. Cada vez mais, somos esmagados por estes (des)governantes e a saída da crise parece ser o euromilhões... Bastava que a determinação que eu vi naquela pequena papelaria  contagiasse as ruas do nosso país e, decerto,  teríamos vós ativa nas políticas sociais, no combate à pobreza e desemprego. Preocupemo-nos mais com isso e menos com a pretensa riqueza sebastianista, aquela em que acreditamos chegar no dia que nunca chega.

Hasta Siempre, Comandante!

O ícone mais marcante do socialismo do início do século XXI faleceu hoje. Figura com uma forte personalidade, com um carisma ímpar, conseguiu reduzir assimetrias na Venezuela e reduzir de forma drástica os níveis de pobreza da população venezuelana. Goste-se ou não do estilo, Chávez deixou obra feita! Faço votos para que haja continuidade na linha política que seguiu, a bem do desenvolvimento sustentável do país. Assim se mantenha, como tão bem fez Chávez, uma política de redistribuição equitativa de rendimento que preserve as conquistas sociais dos venezuelanos dos últimos anos. Que se governe na Venezuela em prol do seu povo e não em benefício dos interesses norte-americanos nos valiosos recursos naturais do país. Hasta Siempre, Comandante!      

Poverty headcount ratio at national poverty line (% of population)

Data from World Bank

TV avariada - Manifestação de 2 de Março

Afinal ontem foi um dia normal em Portugal e nada se terá passado... Ontem não pude ver imagens em direto porque marquei presença numa das manif's. Findo o jogo SCP-FCP, altura em que chego a casa, os 3 canais de notícias davam o rescaldo do jogo e, passada uma hora naquilo de verde e azul, saí sem ver népia. Para minha surpresa, o que vejo hoje na tv é o que de mau se passou pelas manif's!? A primeira reportagem que vi foi uma que dava conta da presença de 100 pessoas à entrada da Assembleia da República!? Sinceramente... Compreendo que o empate do SCP ou o gajo que foi comido pela terra nos EUA, casos insólitos, portanto, sejam notícias relevantes, mas mais de um milhão de pessoas na rua e nada passa na tv!? Santa paciência! Acho que a própria tv espanhola passa mais imagens das manifs em portugal! "Juntos fomos todos" mas calar-nos não augura nada de bom para a luta que se continuará a fazer...

Não batam mais na crise!

Fonte: Blog "Ladrões de Bicicletas"

Desde puto que oiço falar em crise. Desconfio mesmo que, de tantas vezes que dela ouvi falar, ao invés de mãe ou pai, crise tenha sido a primeira palavra que eu tenha dito. Ela entra-nos pela casa dentro como justificação para tudo! Dêem um olhada nos dados recentes do desemprego e vejam que a palavra mágica de cinco letras não serve, só por si, para explicar o desemprego em Portugal. É caso p'a dizer: COITADA DA CRISE! Os responsáveis políticos tão sempre a imputar-lhe culpas, as que tem e não tem, para daí lavar as suas mãos como se nada fosse com eles. "Ah, é a crise"... Desconfiem... ela anda aí, mas se calhar também se deve a alguém, não!?