Thursday, September 14, 2017

Jotinhas (parte II)

    
            Munidos de autenticidade disfarçada, fazem lembrar esquemas piramidais religiosamente arquitetados para se servirem da democracia, infelizmente, não para a servir.



Existem-nos de diversas estirpes:
(i)                  No topo, vemos os que estudaram em boas Faculdades e que, logo à saída com o almejado canudo, possivelmente ainda sem tempo ou cultura de festejo, seguem direitinhos para Belém sem dar Cavaco a alguém. Enquanto assessores do Presidente da República Silva, dada a sua enorme experiência a jogar ao jogo da Rata, a comer tremoços ou a beber água mineral sem gás, são merecedores do cargo que ocupam! Estes preciosos predicados aplicam-se também aos ilustres Especialistas que grassam por aí, os quais deixam a vida académica (finalizando, ou não, o curso) diretamente para a política - qual linha de produção eficiente! 
(ii)                A seguir vêm os que, começando cedo a sua vida académica, religiosa e política, tiraram cursos de 3ª/4ª linha em ‘ilustres’ escolas do ensino superior e a quem, um dia, os tubarões do partido que representam, pese embora a sua jovialidade latente, endereçaram um convite para assumir a Presidência. Podia ser a presidência da Associação Columbófila de Freixo de Espada à Cinta ou a presidência da Associação das Bolas de Berlim (normalmente com creme putrefacto) ou mesmo a presidência da ilha da Berlenga - faltam lá são gaivotas! -, mas sempre na linha de um cunho religioso. Afinal, o cunho religioso mantém-se mas a presidência é outra.    
(iii)               No terceiro piso da pirâmide surgem os que não puderam (por vicissitudes familiares e/ou por falta de condições financeiras) ou porventura não quiseram estudar. Tardiamente – se nunca tarde para aprender, sendo que a aprendizagem depende muito do ensino ministrado! -, enveredaram por cursos de 3ª/4ª linha porque, com ou sem experiência no jogo da Rata, na rapidez a comer tremoços ou na ingestão de água mineral sem gás, o propósito principal não é académico mas sim político - nem é preciso carregar no botão do elevador (social) que ele sobe! Invariavelmente finalizado tão exigente curso, apesar de outrora por breves instantes alguns terem metido a “mão(zinha) na massa”, os padrinhos do topo da pirâmide tratam da sua ascensão. Se será enquanto Especialista a dar milho aos pardais ou como Caçador de caracóis em Lisboa – afinal naquela Costa ribeirinha há muito Ministério e especialidades de corrida por apetrechar internamente! – é uma ainda uma incógnita para o comum dos mortais. Por outro lado, têm sempre a alternativa de amolador de tesouras com especialidade em contabilidade de canecas. Certo é que, para estes senhores, afinal os doutores e futuros doutores deste país, há, felizmente, sempre emprego – trabalho não (!) porque independentemente das funçõs referidas, deve ser respeitada a equidade nas diversas profissões enunciadas, e como o caracol é um bicho bastante irrequieto e difícil de apanhar...
(iv)            Por último, na base da pirâmide, surgem todos os que veem ser bem sucedidos os exemplos explicitados anteriormente e não querem ficar no rés-do-chão/cave. Afinal, independentemente da vasta experiência na apanha de gambozinos ou do empenho literal nos estudos iluminados sobre a rotatividade do sol em torno da Terra, a partidarite, primeiro a nível local, depois a nível nacional, parece dar os seus frutos – lembro-me sempre das Kunamis do ‘sketch’ dos Gato Fedorento; a propósito segue o ‘sketch’ das listas partidárias dos Gato!     









Tuesday, September 05, 2017

Impossibilidades?

"O que mais desespera, não é o impossível. Mas o possível não 
alcançado."


Kumu

Museu de Arte Moderna - Tallinn

Friday, September 01, 2017

Jotinhas

Jotinhas, invariavelmente insatisfeitos com a profissão que têm, com a remuneração do seu trabalho e/ou frustrados do curso (de terceira linha) que tiraram, se é que alguns o chegaram a tirar. A política é reveladora de Portas irrevogavelmente escancaradas para chegar ao pote, mesmo que, irrevogavelmente, sempre o neguem, na flor da sua juventude, poder vir a fazer carreira política no futuro. 
Louve-se Passos, esse brilhante aluno da Universidade Lusíada com um curso de licenciatura finalizado aos 36 anos, que não se fez rogado, logo desde tão tenra idade dedicado moço nas lides partidárias. Ou a latente inocência de Sócrates e Relvas, ainda rapazolas, que eventualmente terão frequentado a Universidade de Verão, a qual, sem saberem ao que iam, os brindou com um canudo para a eternidade. O pote por aí continua, bem como a ingenuidade que os jotinhas tentam transparecer enquanto procedem ao seu devido assalto! Enfim, a política de assalto ao pote (dos jotas) e a dos comuns mortais - qual zona de contraste!

PS: As juventudes partidárias devem de existir numa lógica de novas ideias, contributos alternativos aos partidos que representam, etc. Mas, infelizmente, o que vimos assistindo é a uma espécie de elevador social político para conseguirem o que o complicado labirinto da vida não lhes concedeu.

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"Pelas tuas mãos medi o mundo  E na balança pura dos teus ombros  Pesei o ouro do Sol e a palidez da Lua." Tu, sempre tu, minha pr...