2010

Um dia vou ser forte
Um dia vou encontrar-me
Um dia a desorganização, a existir, vai ser, no mínimo, organizada
Um dia serei abraçado pelo equilíbrio interior
Um dia os obstáculos deixarão de o ser
Um dia deixarei de ter pedras para construir o castelo de que fala F. Pessoa
Um dia...
Um dia vou encontrar-te
Um dia irei ver a lua da nossa estrela comum
Um dia vou saborear o teu sorriso (como se tu fosses eu, diria J.Palma)
Um dia sentirei a delícia das tuas palavras
Um dia, decerto, saberei quem és, pelo que,
Um dia prometo conseguir escrever poesia (para ti)
Um dia...

Espero que 2010 seja pródigo e repleto de dias assim! Votos de um excelente 2010!!!

Feliz Natal

Embora muito ao estilo "americanizado" julgo ter sido uma forma bastante alegre e divertida de desejar um bom natal - mesmo às 6h45m da manhã... Resta-me desejar a todos um bom natal, e fazer votos para que, ano após ano, a tendência consumista se dilua e a partilha pelos que mais necessitam aumente de facto! E o espectáculo no aeoroporto não é a antítese desta reflexão! Poderia muito bem constituir um meio para essa causa nobre! O mundo está doente, somos a causa dessa doença embora possamos, ainda, contribuir para a solução! O futuro depende de nós!

Inevitavelmente, happy consumer day...

Amanhã

Fico? Vou?

Avanço!? Não?

A condição emocional a sobrepor-se ao mar racional no qual respiro...

Sinónimo de afogamento? Não creio!

Se apagar o desejo não afasta o sentimento, a escolha de não escolher cega-me completamente!

Se?

Muitos se's nos invadem e corroem progressivamente! Eles compõem a íris dos meus e dos teus olhos - qual reflexo do sol áspero de inverno!

Eles existem e pronto! Fazem parte de uma qualquer equação por resolver...

Fazer o quê? Optar pelo "meu" amanhã! Afinal, quero é viver!!

"<...> Amanhã, espero sempre um amanhã

e acredito que será

mais um prazer

e a vida é sempre uma curiosidade

que me desperta com a idade

interessa-me o que está para vir

a vida em mim é sempre uma certeza

que nasce da minha riqueza

do meu prazer em descobrir <...>"

Se eu podia viver sem um governo de Sócrates? Podia, mas não era a mesma coisa!

Ontem, Sócrates iniciou na Assembleia da República o ciclo de debates de uma legislatura que, contrariamente ao que o próprio parecia fazer crer com as suas declarações iniciais, se prevê de rebuliço e agitação parlamentar.

Voltemos um pouco atrás... Logo após as eleições, que ganhou sem maioria absoluta, Sócrates reuniu com as diversas forças políticas para o estabelecimento de acordos ou entendimentos parlamentares. Todas recusaram liminarmente quaisquer entendimentos e, fracassados os seus intentos (à nascença), o nosso primeiro replicou "O governo tomou a iniciativa agora os partidos que assumam as responsabilidades das suas acções".

Nos momentos seguintes, o nosso primeiro enveredou pelo trilho do diálogo, comunicação permanente, disponibilidade, abertura, etc. Em teoria, estas seriam algumas características pelas quais um governo sem maioria absoluta, como de Sócrates, se deveria reger.

Contudo, no debate de discussão do programa do governo na Assembleia da República, o discurso de Sócrates voltou às origens e como que fazendo chantagem política chamou à razão a oposição vezes sem conta sobre a sua responsabilidade no decurso futuro desta legislatura. Ao abrigo da situação difícil que o país atravessa - e para a qual o anterior governo contribuiu - Sócrates, como forma de aliviar a pressão, responsabiliza repetidamente o papel a desempenhar pela oposição e, dessa forma, impõe à mesma que se "comporte bem" em nome da estabilidade governativa de que o país necessita.

Convenhamos que estabilidade governativa numa legislatura onde não existe uma maioria absoluta será uma tarefa difícil - e essa foi a interpretação do nosso primeiro ao substituir o líder da bancada parlamentar socialista e o Ministro dos Assuntos Parlamentares (cargos que primam pela interacção com as restantes forças políticas).

Pena é que essas dificuldades sejam acrescidas pelas "qualidades" que Sócrates já demonstrou e que, teimosamente, continua a demonstrar. Numa alusão ao título do post, se calhar, a breve trecho, não vai ser a mesma coisa! Porquê? Postura governativa de Sócrates? Não!Irresponsabilidade da oposição, claro está!

Post Script (Para não confundir com Partido Socialista): A Assembleia da República está mais jovem e bonita! A deputada Rita Rato da CDU é disso exemplo!

Verão? Senti que estive lá...

"Nem dei pelo Verão passar!"

Nada de mais errado! Este ano, em dissonância com algumas das temporadas passadas, tal não se verificou! Berlenga (para variar, dose dupla! ;-) ), Alentejo, Algarve e concertos q.b. serviram de mote este ano - também a visita "primaveril" a Barcelona teve o seu contributo! Cada raio de sol, mergulho, melodia ou noite foram sentidos a rodos e moram (ainda) em mim como uma qualquer terapia (que não uma terapia qualquer) nesta reentrada profissional num ano que mistura ambição, convicção e trabalho em doses similares. Não! Se calhar, deixa ver... 1% de convicção, 4% de ambição e 95% de trabalho - qual braço de trabalho!

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-"Gostaste?"

Após ausência de resposta, a insistência: - "Mas, gostaste ou não?"

Segue-se prolongado silêncio, após o qual surge finalmente uma resposta, ou melhor a resposta:

- "Senti que estive lá!"

O diálogo exposto - que dá azo a múltiplas interpretações e já estou a ver as mentes mais perversas com pensamentos de outra índole ;-) - tem como protagonistas uma auxiliar de educação especial e um menino, também ele especial, no final de uma actividade lúdica promovida pela CERCI Peniche.

O prolongamento do Verão pelos mais diversos fins (interesses económico-financeiros incluídos) faz parte do imaginário que queremos estender, esticar, adiá-lo até ao fim do fim... No fundo, queremos estar lá, queremos continuar a viagem e, principalmente, vivê-la intensamente. Pelo que me toca, desde início de Junho que assim sucede, tenho tentado seguir o trilho da resposta (genial!) concedida pelo menino. Se gostei? Senti que estive lá e que, na medida do possível, pretendo continuar a sentir...