Sunday, December 11, 2011

Vincent van Gogh Museum

O alcance da minha visão não é o eco do que vejo mas reflexo do que sinto.
Por isso, quiçá, inútil pelo que percebo de uma realidade que me é estranha.
Ela é-me inatingível, incalculável e, por isso, plena.
Ela deixa de o ser enquanto por mim processada.
O filtro do meu cérebro desvirtua-a, molda-a desde a sua génese.
Este meu defeito ou feitio inato percorre, com amarras crónicas, as ruas do meu pensamento.
Enfim, uma imbecilidade natural que reflecte o esgotamento do alcance da minha visão com o que não consigo ver e que é proporcional à minha capacidade para apreciar arte.
Uma desproporcionalidade do meu eu, completamente leigo neste pecúlio.

No entanto, adoro testar os meus níveis de imbecilidade com alguns mergulhos na arte em geral com o intuito de interpretar, com todos os meus erros e limitações pessoais, trabalhos cujas palavras são escassas para descrever e que o nosso imaginário não contempla. Enviesada, com defeito, baça e errónea, a interpretação que faço é certamente míope mas é minha e guardo-a, com muito carinho, para mim!

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