De onde estou não consigo ver o mundo como ele existe. O cheiro é genuíno e sinto-me preenchido pela imensa riqueza natural que aqui habita. A cada dia que passa, motivados pela proximidade do regresso, os sentidos ficam mais apurados. Consigo perceber agora que, de facto, se trata de um território único, algo que não encaixa nos estereótipos definidos entre Ocidente e Oriente. Possui uma aura especial interrompida por inúmeras guerras que recortaram culturas, separaram povos, semearam morte e gizaram um mergulho orquestrado no subdesenvolvimento. O passado deste povo sente-se no ar, respira-se a cada esquina semi-acabada – onde se deitam os buracos com pedaços de estrada – e faz-me pensar que os culpados de outrora, o são no presente e o serão no futuro. Neste território distante do mundo, aproveitei para me alhear do meu eu que o tempo se encarregará de aproximar. Enquanto contemplo um céu reluzente e me deleito com o silêncio ensurdecedor de alguns pássaros, assusto-me, não com a aranha que entretanto veio ao meu encontro, mas quando dou por mim a pensar no regresso ao meu eu racional. Um contraste no meu ser cujo espaço ajuda a definir e o tempo a moldar. Obrigado África!
Friday, February 18, 2011
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